quarta-feira, 21 de março de 2012

Douglas X Enzo

No final de Insensato Coração, Douglas (Ricardo Tozzi) tem a oportunidade de ser modelo de cueca, em Fina Estampa, Enzo (Julio Rocha) também se torna modelo de cueca.  Precisa mostrar homens despido? Coloca na natação e divulga marca de sunga. Coloca no banho e dá um close na cueca jogada no chão. Mas modelo de novo?
Ah Brigite, mas ele tem que ter a redenção e mostrar que não é mais picareta. Coloca ele no asilo ajudando velho ou no orfanato ajudando criança, exerça responsabilidade e o tal merchandising social. Além de Ricardo Tozzi ser muito melhor ator, e com carisma impar, o personagem tinha graça e caiu no gosto do expectador. Já o bonitão atual, se não fosse pela beleza, um abajur no lugar teria mais utilidade na cena.                                                                      

Bar do Gabino X Bar do Guaracy

Em Insensato Coração tivemos o Bar do Gabino (Guilherme Piva), na atual o Bar do Guaracy (Paulo Rocha). Ao contrário do primeiro, em que o bar tinha função dramática, em Fina Estampa apenas o Guaracy é que exerce função cabível no bar. No começo era cenário para Quinzé (Malvino Salvador), supostamente personagem principal, mas depois o personagem ficou rico e não fazia sentido ele trabalhar no bar. Ou seja, bar de novo por que? Padaria? Açogue? Doceria? Shoperia? Cefeteria? Charutaria? Quantas possibilidades, mas o autor preferiu bar. Não teve patrocínio de cerveja, então porque?            

Bolinho de Bacalhau X Pastel Português

Originalidade é necessário e subestimar o público é quase uma afronta. Muitos podem não se lembrar, mas em Insensato Coração tivemos a Fabíola (Roberta Rodrigues), uma quituteira negra que fazia bolinhos de bacalhau. Em Fina Estampa, temos Dagmar (Cris Viana) que faz pastel, é negra também, e seus pastéis são sensação. Cadê a originalidade?    Porque não florista, hot-dogueira, hamburgueira, pizzeira ou até mesmo sorveteira?

Repetições em Fina Estampa

 Fina Estampa foi uma colagem de várias obras e muitas vezes nos remeteu a novela anterior. Podemos ver elementos de séries como Mildred Pierce, Betty a Feia e até mesmo um remeake das novelas do autor em pequenos plots, este último feito de maneira péssima.  Homenagear a si mesmo, na sua própria obra, como se fosse um rei, é constrangedor, por isso que o “remeaketem que ser bem feito, no caso ” só funcionou para o ego do autor.


Aguinaldo Silva, o autor, disse em entrevista ao programa Roda Viva, que novela é uma indústria e que existem exigências do mercado. Concordo, este é o caminho, industrializar a arte para obter mecanismos para apresenta-la, sem isso nada feito. Por isso deixo aqui o agradecimento para a Lupo, Itáu e Natura, que investiram pesado no merchandising. Mas o autor pecou ao repetir o mais do mesmo.

Fina Estampa - Reta Final


Voltei. Depois de um longo descanso estarei com você em Avenida Brasil.

Fina Estampa não mereceu minha atenção, desde os primeiros comentários do autor alguma coisa me dizia que não seria uma grande obra. E não foi! Eu estava no pensamento correto e adoro quando isso acontece.

Nos próximos dias dedicarei meu tempo para mostrar tudo isso em pequenos posts. Serão apenas 3 dias, o bastante para uma obra que esteve no ar do dia 21/08/2011 até o dia 23/03/2012, e que infelizmente não agregou nada ou coisa nenhuma.

Sim, novela agrega, novela é entretenimento, é arte, é cultura, é o Brasil na tela. Fina Estampa deixou à desejar em vários quesitos, entreteu e teve qualidades ímpares que irei destacar nestes últimos minutos do segundo tempo, mas não mereceu uma análise mais profunda.